quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
nem com quem você saiu ou está saindo. também não importa
que você nunca namorou. O importante não é quem você beijou.
Na vida, não é importante se você é aceito ou não pelos outros.
O importante na vida é quem você ama e quem você fere.
É como você se sente em relação a você mesmo. É confiança,
felicidade e compaixão. é ficar do lado dos amigos e trocar o ódio por amor.
O importante na vida é evitar a inveja, não querer o mal dos outros,
superar a ignorância e construir a confiança. é o que você diz, e
o significado de suas palavras. É gostar das pessoas pelo o que elas
são e não pelo que tem. Isso é importante.
— Caio Fernando Abreu
Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento a igreja,
com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre.
“Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?”
Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:
- Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado,
lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?
- Promete saber ser amiga(o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso
lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?
- Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que
não chegaram a se concretizar?
- Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser
a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?
- Promete se deixar conhecer?
- Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?
- Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você,
e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?
- Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?
- Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá
responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?
- Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?
Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declaro-os maduros.
- Martha Medeiros.
com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre.
“Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?”
Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:
- Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado,
lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?
- Promete saber ser amiga(o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso
lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?
- Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que
não chegaram a se concretizar?
- Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser
a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?
- Promete se deixar conhecer?
- Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?
- Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você,
e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?
- Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?
- Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá
responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?
- Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?
Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declaro-os maduros.
- Martha Medeiros.
Carta
Não fique alarmada, minha senhora, ao receber
esta carta, pela apreensão de que ela contenha a repetição daqueles sentimentos
ou a renovação daquelas propostas que ontem à noite tanto a maçaram.
Escrevo-lhe sem qualquer intenção de a aborrecer, ou de me humilhar, insistindo
em exprimir esperanças de que, para a felicidade de ambos, não poderão ser
esquecidas cedo de mais; e o esforço que esta carta poderá representar, para
mim ao escrevê-la e para si ao lê-la, teria sido poupado, acaso o meu caráter
não exigisse que ela fosse escrita e lida. Necessito, pois, que me perdoe à
liberdade com que exijo a sua atenção; sei que os seus sentimentos me a
concederão com relutância, mas não posso deixar de o fazer.
Duas foram às acusações que ontem à noite me
fez, diferentes tanto na natureza como pela sua importância.
Acusou-me, primeiro, de ter separado o Sr.
Bingley de sua irmã, indiferente aos sentimentos de ambos; e, segundo, de ter
arruinado a possibilidade imediata e as probabilidades futuras do Sr. Wickham,
desafiando abertamente quaisquer direitos, a própria honra e a humanidade. Ter
repudiado voluntária e gratuitamente o companheiro da minha infância, o
favorito declarado de meu pai, um rapaz que dependia exclusivamente da nossa
proteção e a quem esta fora prometida, seria uma perversidade incomparavelmente
mais grave do que a separação de duas pessoas cuja afeição, embora verdadeira,
nunca poderia ter crescido excessivamente durante aquelas poucas semanas que
estiveram juntas.
Espero, de futuro, estar salvaguardado da severidade das
censuras que me foram feitas com tanta veemência sobre estes dois casos, após a
leitura da seguinte explicação dos meus actos e seus motivos. Se nesta minha
exposição me vir na iminência de exprimir sentimentos que apossam ofender,
apenas me resta participar-lhe o meu sincero pesar.
A necessidade a isso me
obriga - e quaisquer outras desculpas seriam absurdas. Pouco tempo depois da
nossa chegada ao Hertfordshire, percebi, juntamente com outras pessoas, que
Bingley preferia a sua irmã mais velha a qualquer outra rapariga na região.
Porém, foi só por ocasião do baile em Netherfield que pela primeira vez receei
que ele se apaixonasse seriamente. Já várias vezes o vira apaixonado. No baile,
enquanto dançava com a menina, soube, através da informação acidental de Sir
William, que as atenções de Bingley para com a sua irmã tinham dado azo a um
rumor geral acerca do casamento de ambos. Sir William fez-lhe referência como a
um acontecimento positivo, do qual só a data era incerta.
A partir desse
momento dediquei toda a minha atenção à atitude do meu amigo; e reparei que a
inclinação dele pela Menina Bennet era mais evidente do que qualquer uma das
que lhe tinha visto anteriormente. Observei também a sua irmã. O olhar e as
maneiras eram francos, alegres e atraentes como sempre, mas sem qualquer
sintoma especial de afeição, o que definitivamente me convenceu de que, embora
ela aceitasse as atenções de Bingley com prazer, não as provocava porque
participasse do mesmo sentimento.
Aqui, se a menina não se enganou, enganei-me
eu. O seu conhecimento íntimo de sua irmã tornará mais provável última
hipótese. Nesse caso, se o meu erro me levou a inflingir um desgosto a sua
irmã, o seu ressentimento não é injustificado. Porém, nada me impedirá de
afirmar que a serenidade do rosto de sua irmã e a tranquilidade dos seus modos
eram tais que trariam ao observador mais perspicaz a convicção de que, apesar
de toda a amabilidade do seu temperamento, o coração não era dos mais fáceis de
atingir.
E certo que desejava acreditar na indiferença dela, mas ouso afirmar
que as minhas investigações e decisões não são geralmente influenciadas pelas
minhas esperanças ou receios. Não foi porque o desejasse que acreditei na
indiferença da sua irmã, mas, simplesmente, porque cheguei a esta convicção
imparcial, e ela é tão sincera quanto o meu desejo. As minhas objeções contra
tal casamento não foram apenas aquelas que ontem à noite lhe expus e que, no
meu caso, exigiram toda a força da paixão para serem vencidas; a desigualdade
social não representaria um mal tão grande para o meu amigo como para mim.
Mas
existiam outras causas para a minha resistência; causas que, embora ainda
existentes e idênticas para ambos os casos, eu tentei esquecer porque não
diziam imediatamente respeito a mim. Tais causas necessitam ser mencionadas,
embora sumariamente. A situação da família de sua mãe, se bem que pouco
recomendável, nada era em comparação com aquela falta total de delicadeza tão
frequente e quase permanentemente demonstrada por tal senhora, pelas suas três
irmãs mais jovens e por vezes até pelo seu pai.
Perdoe-me. Custa-me ofendê-la.
Contudo, qualquer que seja o aborrecimento que os seus parentes mais próximos
lhe possam causar ou a tristeza que a presente descrição não deixará de lhe
suscitar, espero que a seguinte reflexão lhe sirva de consolo: que o facto
universalmente reconhecido de que tanto a menina como a sua irmã mais velha
sempre se comportaram de modo a evitar uma censura semelhante é o melhor elogio
que se poderá fazer à sensatez e ao carácter de ambas.
Acrescentarei apenas que
tudo o que se passou naquela noite veio confirmar a minha opinião sobre todas
as pessoas em questão e fortalecer a minha resolução de proteger o meu amigo de
uma aliança que eu considerava altamente desastrosa. Ele deixou Netherfield no
dia seguinte, como decerto está lembrada, com a intenção de regressar em breve.
Devo agora explicar qual a minha interferência no caso. A inquietude das irmãs
de Bingley fora igualmente despertada e logo descobrimos a coincidência dos
nossos sentimentos a tal respeito; e, convencidos da urgência em afastar o
irmão, decidimos acompanhá-lo a Londres.
Foi o que fizemos, e não perdi tempo
em revelar ao meu amigo os inconvenientes da sua escolha. Descrevi-lhos e frisei-os
com toda a gravidade. No entanto, por mais que esta advertência possa ter
abalado a sua resolução, não creio que ela teria sido suficiente para impedir o
casamento, se não tivesse sido apoiada pela afirmação, que não hesitei em
fazer, de que a sua irmã lhe era indiferente. Ele acreditara até àquele momento
que a Menina Jane correspondia sinceramente à sua afeição, senão com igual
intensidade. Mas Bingley é por natureza muito modesto e comovedoramente
dependente da minha opinião.
Convencê-lo, portanto, de que ele estava
enganado, não foi tarefa difícil. Persuadi-lo de voltar ao Herfordshire, após
ter firmado o primeiro ponto, foi coisa de um instante. Não me arrependo de o
ter feito. Existe apenas uma parte da minha conduta que não me satisfaz inteiramente;
pois condescendi em usar de certos artifícios para esconder de Bingley o fato
de sua irmã se encontrar em Londres.
Sabia dessa presença, bem como a Menina
Bingley, mas o irmão desta ainda agora o ignora. É, talvez, provável que eles
se encontrassem sem outras consequências; mas o seu afeto não me pareceu
suficientemente extinto para que ele pudesse ver sua irmã sem correr algum
perigo. Talvez tal encobrimento, tal subterfúgio, seja indigno de mim. Contudo,
é um fato consumado e assistido das melhores intenções. Sobre este assunto nada
mais se me oferece dizer-lhe, nem outras explicações a dar-lhe.
Se acaso causei
desgosto a sua irmã, foi sem saber que o fiz, e, embora os motivos que
inspiraram a minha conduta lhe pareçam a si naturalmente insuficientes, não
vejo ainda razões para condená-los. Quanto à outra acusação que me foi feita, a
mais grave e a que diz respeito ao Sr. Wickham, só poderei refutá-la
revelando-lhe a história da sua relação com a minha família. Ignoro se ele
formulou alguma acusação particular à minha pessoa; mas acerca da verdade do
que vou relatar poderei indicar-lhe mais de uma testemunha insuspeita.
O Sr.
Wickham é filho de um homem muito respeitável, que durante vários anos geriu os
bens da propriedade de Pemberley e cuja conduta irrepreensível no desempenho do
seu cargo mereceu naturalmente a gratidão de meu pai, que se refletiu sobretudo
em George Wickham, seu afilhado, para com o qual se mostrou de uma generosidade
sem limites e lhe devotou grande afeição. Meu pai pagou-lhe os estudos num
colégio e mais tarde em Cambridge, auxílio este deveras importante, pois o pai
do Sr. Wickham, que as extravagancias da esposa privavam quase sempre do
necessário, não estava em condições de dar ao filho uma educação liberal.
Meu
pai não só apreciava a companhia de George Wickham, cujas maneiras, aliás, eram
sempre muito cativantes, como tinha por ele a maior admiração e, alimentando a
esperança de que o rapaz abraçasse a carreira eclesiástica, tencionava
reservar-lhe um lugar na mesma. Quanto a mim, desde há muito tempo que me
desiludira a respeito dele. As suas más inclinações, a falta de escrúpulos, que
ele tinha o cuidado de esconder do seu melhor amigo, não poderiam passar
despercebidas a um rapaz da sua idade, que o observava e tinha a oportunidade
de o ver em momentos de descuido, coisa que ao Sr. Darcy era totalmente
impossível.
De novo me vejo forçado a magoá-la - até que ponto, só a menina o
poderá dizer. Mas quaisquer que sejam os sentimentos que o Sr. Wickham lhe
possa ter inspirado, a suspeita que alimento acerca desses sentimentos não me
impedirá de lhe revelar o verdadeiro caráter de tal pessoa, e apenas
constituirá mais um motivo.
O meu excelente pai morreu há cerca de cinco
anos e a sua afeição pelo Sr. Wickham manteve-se tão firme até ao fim que nas
suas últimas vontades me recomendou que me encarregasse de velar pelo bem-estar
do seu afilhado e, acaso ele sempre se ordenasse, providenciasse para que ele
fosse ocupar um importante posto, mal este vagasse. Deixou-lhe também um legado
de mil libras. O pai dele não sobreviveu muito tempo ao meu, e meio ano após
estes acontecimentos recebi uma carta do Sr. Wickham em que ele me informava
ter decidido não tomar ordens e me pedia o adiantamento da compensação
pecuniária pelo lugar que ele nunca ocuparia.
Tencionava, acrescentava ele, dedicar-se ao
estudo de Direito e esperava que eu
compreendesse que o rendimento das mil libras não bastariam para tal. Apesar do
meu desejo em acreditar na sua sinceridade, não o consegui; mas, mesmo assim, mostrei-me
favorável à sua proposta. Eu sabia que o Sr. Wickham nunca enveredaria pela
carreira eclesiástica. O assunto foi em breve arrumado. Ele desistiu de toda a
protecção relativa à sua entrada na Igreja, mesmo se algum dia estivesse em
situação de recebê-la, e aceitou em troca a quantia de três mil libras.
A partir daí, nada tínhamos que dizer um ao
outro. O que eu sabia a respeito dele era suficiente para não o desejar como
amigo. Não o convidava para Pemberley, nem procurava a sua companhia na capital.
Aí instalado, creio que praticamente sempre, a sua pretensão de estudar Direito
não passou de um subterfúgio e achando-se nessa altura liberto de qualquer
obrigação, entregou-se a uma vida de indolência e dissipação. Durante três anos
poucas notícias tive dele; mas, quando faleceu a pessoa que ocupava o posto que
lhe fora destinado, ele tornou a escrever-me, solicitando a sua apresentação
para o dito lugar. A sua atual situação, dizia ele, e o que não me custou a
acreditar, era bastante precária.
Descobrira que o estudo de Direito era pouco
proveitoso e estava agora absolutamente resolvido a tomar ordens, acaso eu o
apresentasse para o posto que acabara de vagar, coisa de que ele não duvidava,
pois estava informado de que não havia outro pretendente e confiava que eu
tivesse presente as intenções do meu venerando pai; creio que não me censurará
por lhe ter recusado tal pretensão e rejeitado todas as suas tentativas no
mesmo sentido.
O seu ressentimento foi proporcional à situação desesperada em
que se encontrava - e mostrou-se, sem dúvida, tão violento no ataque que à
minha pessoa fez na opinião dos outros como nas recriminações que me dirigiu.
Após esse período, todas as relações de mera formalidade foram cortadas. Como
ele viveu não sei. Mas no Verão passado tornou a atravessar-se no meu caminho,
e da forma mais repugnante. Devo agora mencionar certas circunstâncias que eu
mesmo desejaria esquecer e que apenas uma obrigação tão forte como a atual me
levam a revelá-las a alguém. Depois de ter dito isto, confio inteiramente na
sua discrição.
A minha irmã, dez anos mais jovem do que eu, foi deixada em
tutela ao sobrinho da minha mãe, o coronel Fitzwilliam, e a mim próprio. Há
cerca de um ano, ela saiu do colégio e foi morar para Londres, na companhia de
uma senhora encarregada de superintender na sua educação. No Verão passado, ela e essa senhora foram para
Ramsgate. O Sr. Wickham, obedecendo sem dúvida a um plano, partiu para o mesmo
lugar; descobriu-se depois que houvera um entendimento prévio entre ele e a
Sr.a Younge, sobre cujo carácter nos enganámos desgraçadamente.
Com o auxílio e
a conivência de tal pessoa, George Wickham conseguiu captar de tal modo às boas
graças de Georgiana, cujo coração extremamente afetivo conservava ainda viva a
impressão da bondade com que ele a tratara em criança, que ela se convenceu de
que o amava realmente e consentiu em ser raptada. Ela tinha então apenas quinze
anos, o que lhe servirá de desculpa; e, após ter constatado a sua imprudência,
tenho o consolo de poder acrescentar que soube disto por ela própria.
Cheguei a
Ramsgate, inesperadamente, um ou dois dias antes da projectada fuga, e
Georgiana, incapaz de suportar a ideia de desgostar e ofender um irmão que ela
considerava quase como um pai, confessou-me tudo. Pode bem imaginar como me
senti e como agi. A fim de não prejudicar a reputação da minha irmã e não
ofender os seus sentimentos, abstive-me de qualquer acto de represália em
público; mas escrevi ao Sr. Wickham, que partiu imediatamente.
Quanto à Sr.a
Younge, não hesitei em despedi-la. O principal objectivo do Sr. Wickham era,
sem dúvida, apoderar-se da fortuna de minha irmã, que é de trinta mil libras;
mas não posso deixar de pensar que o desejo de se vingar de mim tenha também
influído fortemente nele. A sua vingança seria, de fato, completa.
Esta é, minha senhora, a narrativa fiel dos
acontecimentos que nos dizem respeito a ambos; e, se não a rejeitar como
absolutamente falsa, espero que me sirva de atenuante para a crueldade com que
agi contra o Sr. Wickham. Não sei de que modo, nem as falsidades de que ele
usou para a atrair à sua causa; mas o êxito por ele alcançado não é de
estranhar.
Dada a sua ignorância total dos fatos e das
personagens, não só não estava em seu poder desmascarar essas falsidades, como,
além de tudo, o seu temperamento não é dado à desconfiança. Talvez se
surpreenda por eu não lhe ter contado tudo isto ontem à noite, mas naquele
momento não tinha suficiente domínio sobre mim mesmo para decidir o que devia e
o que não devia revelar.
Quanto à verdade de tudo o que aqui ficou relatado,
posso apelar particularmente para o testemunho do coronel Fitzwilliam, que,
dado o nosso parentesco e constante intimidade, e sobretudo a sua qualidade de
executor testamentário de meu pai, foi posto necessariamente a par de todos os
detalhes concernentes a esses acontecimentos. Se acaso a antipatia que por mim
nutre a impedir de dar o devido valor às minhas asserções, o mesmo não
acontecerá em relação ao meu primo, e, para que haja a possibilidade de
consultá-lo, procurarei entregar-lhe esta carta logo de manhã. Acrescentarei
apenas, Deus a abençoe! - Fitzwilliam Darcy.
(Trecho do livro: Orgulho e Preconceito.)
Carta de Alex para Rosie
Rosie,
Estou voltando para Boston amanhã, mas
antes de ir
gostaria escrever esta carta.
Todos os pensamentos e sentimentos que
têm estado borbulhando dentro de
mim estão finalmente transbordando desta caneta e deixo esta
carta para que
não se sinta
como se a
estivesse pressionando.
Compreendo
que vá
precisar de tempo
para se decidir
a respeito do que
estou prestes a dizer.
Cei
o que está
acontecendo, Rosie. Você é minha melhor amiga posso ver a
tristeza em seus olhos. Cei que Greg não está fora trabalhando no fim de semana.
Você nunca conseguiu
mentir para mim
sempre foi horrível nisto. Seus
olhos a traem de tempos em tempos. Não finja que tudo está perfeito,
porque vejo que não está.
Vejo que Greg é
um homem egoísta, que não faz
absolutamente idéia da sorte que tem, e isto me deixa doente.
Ele é o homem mais afortunado do mundo
por tê-la, Rosie, mas não a merece e você merece muito mais. Você merece alguém
que a ame a cada batida de seu
coração, alguém que
pense a seu
respeito a cada
instante, alguém que passe
cada minuto do dia apenas
se perguntando o que você está
fazendo, onde está,
com quem está
e se está
bem. Precisa de
alguém que possa ajudá-la
a alcançar seus
sonhos e protegê-la
de seus medos.
Alguém
que vá tratá-la
com respeito, que ame
cada lado seu, especialmente suas falhas. Você deveria
estar com alguém que possa fazê-la
feliz, realmente feliz, flutuando de felicidade.
Alguém que deveria
ter aproveitado a chance
de estar com
você anos atrás,
em vez de
ter se assustado e se amedrontado
demais para tentar.
Não estou mais assustado, Rosie. Não
tenho mais medo de tentar Cei o que foi aquele
sentimento em seu casamento foi ciúme. Meu coração se
partiu quando vi
a mulher que
amo se afastando
de mim para percorrer
a nave com outro homem, um homem com quem ela planejava passar o resto
da vida. Foi como uma sentença de prisão — anos se estendendo diante de mim sem
que eu fosse
capaz de lhe
dizer como me
sinto, ou abraçá-la
ou falar o quanto a desejava.
Por duas vezes estivemos um ao lado do
outro no altar, Rosie Duas vezes. Duas
vezes o fizemos
da maneira errada.
Eu precisava que
você estivesse presente no dia do meu casamento, mas fui estúpido demais
para ver que precisava que você fosse a razão do dia do meu casamento.
Eu nunca deveria ter deixado que seus
lábios se afastassem dos meus anos
atrás em Boston.
Numa deveria ter
me afastado. Nunca
deveria ter entrado em pânico. Nunca deveria ter passado todos
esses anos sem você.
Dê-me
uma chance de compensá-los. Amo você, Rosie, e quero estar com você e Katie e
Josh, Para sempre.
Por favor, pense a
respeito. Não perca
seu tempo com
Greg. Esta é nossa
oportunidade. Vamos parar de ter medo
e agarrara chance.
Prometo que a farei feliz.
Com
todo o meu amor, Alex.
(Trecho do livro: Onde terminam os arco-íris.)
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Dia dos ex-namorados
Dia de quem juntou e separou, cansou e depois sentiu falta, planejou mas desistiu, deu de graça e ninguém riu, tentou e não conseguiu, compartilhou e não recebeu, começou sério mas terminou em caixa alta, brigou com quem mais amava, amou e depois odiou, odiou e amou só depois que acabou, brincava de não querer e só fez sofrer, juntos pela data e separados pelo esquecimento, ex-namorado é para sempre. para sempre ex, às vezes atual e raramente um ninguém.(Felipe Luno)
Tempo nunca é pouco em relacionamento, não é? Tempo com gente que queremos roubar, apostar em uma síndrome de Estocolmo, torcer uma devoção divina. Que o outro nos instaurasse como deus e fosse eternamente grato por amar. E seríamos bons. Seríamos bons e retornaríamos o amor na mesma medida. Ex-namorados que quisemos as roupas, as calças, até aquela camiseta furada. Comentários sobre filmes que não vimos, e que não pretendemos ver. E que vamos falar sobre as suas viagens a Amsterdã. Aprender a dançar. Pisar no pé apenas para fazer rir.
Ex-namorados para quem se possa dizer: “o que quer que você esteja vendendo, eu compro”. Eu compro o compromisso. Aceita-se qualquer contrato. Sentar em parques e não me incomodar com mordidas de formigas. Vê-los espantá-las sem nos deixar matá-las. Brigar só para ver aquela veia que salta do rosto quando está brabo. Ex-namorados que se pode ao lado mesmo quando você não tiver nada a dizer. Dar seu espaço e respeitá-lo. Alguém que se pode esperar ligar, antes que eu ligue, e dizer que te amo quando você o fizer. Poder dizer isso primeiro, antes que ele diga.
Ex-namorados que não queriam posse, queriam parceria. Relacionamentos estroçados, empilhados, apoiados uns sob os outros. Terrenos baldios de projetos futuros transformados em abrigos nucleares. Palácios de areia derrubados. Eu, ditador de mim, não vou cansar de extorquir meu próprio território, meus incômodos ódios, para reconhecer o valor de um ex-namorado. Um brinde aos príncipes decapitados. Perde-se a cabeça, mas nunca o coração.
sábado, 15 de setembro de 2012
O QUE É AMOR?
Amor é quando você fala para um garoto “que linda camisa ele está vestindo” e aí ele a veste todo dia.-Noelle, 7 anos.Amor é quando você sai para comer e oferece suas batatinhas fritas, sem esperar que a outra pessoa te ofereça as batatinhas dela.
-Chrissy, 6 anos.Amor é quando alguém te magoa, e você mesmo muito magoado não grita porque sabe que isso fere seus sentimentos.
-Samantha, 6 anos.Amor é quando seu cachorro lambe sua cara, mesmo depois que você deixa ele sozinho o dia inteiro.
-Mary Ann, 4 anos.Amor é quando minha mãe faz café para o meu pai e toma um gole antes para ter certeza que está do gosto dele.
-Danny, 6 anos.Amor foi quando minha avó pegou artrite, e ela não podia se debruçar para pintar as unhas dos dedos do pé. Meu avô desde então, pinta as unhas para ela.
-Rebecca, 8 anos.O amor não é quando o seu amor corre de você no pega-pega, e sim quando ele te da a mão e chama para correr com ele.
-Mary, 6 anos.
Caio F. Abreu
“Se você tivesse chegado antes, eu não teria notado. Se demorasse um pouco mais, eu não teria esperado. Você anda acertando muita coisa, mesmo sem perceber. Você tem me ganhado nos detalhes e aposto que nem desconfia. Mas já que você chegou no momento certo, vou te pedir que fique. Mesmo que o futuro seja de incertezas, mesmo que não haja nada duradouro prescrito pra gente. Esse é um pedido egoísta, porque na verdade eu sei que se nada der realmente certo, vou ficar sem chão. Mas por outro lado, posso te fazer feliz também. É um risco. Eu pulo, se você me der a mão.”
Texto
"O rouge virou blush. O pó-de-arroz virou pó-compacto. O brilho virou gloss. O rímel virou máscara incolor. A Lycra virou stretch. Anabela virou plataforma. O corpete virou porta-seios. Que virou sutiã. Que virou silicone. A peruca virou aplique… interlace… megahair… alongamento. A escova virou chapinha. ‘Problemas de moça’ viraram TPM. Confete virou MMs. A crise de nervos virou estresse. A purpurina virou gliter. A tanga virou fio dental. E o fio dental virou anti-séptico bucal. Ninguém mais vê: O à-la-carte porque virou self-service. A tristeza agora é depressão. O espaguete virou miojo pronto. A paquera virou pegação. A gafieira virou dança de salão. O que era praça virou shopping. A areia virou ringue. O LP virou CD. A fita de vídeo é DVD. O CD já é MP3. É um filho onde eram seis. O álbum de fotos agora é mostrado por e-mail. O namoro agora é virtual. A cantada virou torpedo. E do ‘não’ não se tem medo. O break virou street. O samba, pagode. O carnaval de rua virou Sapucaí. O folclore brasileiro, halloween. O piano agora é teclado, também. O forró de sanfona ficou eletrônico. Fortificante não é mais Biotônico. Polícia e ladrão virou Counter Strike. Fauna e flora a desaparecer. Lobato virou Paulo Coelho. Caetano virou um pentelho. Elis ressuscitou em Maria Rita. Raul e Renato. Cássia e Cazuza. Lennon e Elvis. A AIDS virou gripe. A bala antes encontrada agora é perdida. A violência está maldita. A maconha é calmante. O professor é agora o facilitador. As lições já não importam mais. A guerra superou a paz. E a sociedade ficou incapaz. De tudo. Inclusive de notar essas diferenças."
- Luís Fernando Verissímo.
Texto
"O rouge virou blush. O pó-de-arroz virou pó-compacto. O brilho virou gloss. O rímel virou máscara incolor. A Lycra virou stretch. Anabela virou plataforma. O corpete virou porta-seios. Que virou sutiã. Que virou silicone. A peruca virou aplique… interlace… megahair… alongamento. A escova virou chapinha. ‘Problemas de moça’ viraram TPM. Confete virou MMs. A crise de nervos virou estresse. A purpurina virou gliter. A tanga virou fio dental. E o fio dental virou anti-séptico bucal. Ninguém mais vê: O à-la-carte porque virou self-service. A tristeza agora é depressão. O espaguete virou miojo pronto. A paquera virou pegação. A gafieira virou dança de salão. O que era praça virou shopping. A areia virou ringue. O LP virou CD. A fita de vídeo é DVD. O CD já é MP3. É um filho onde eram seis. O álbum de fotos agora é mostrado por e-mail. O namoro agora é virtual. A cantada virou torpedo. E do ‘não’ não se tem medo. O break virou street. O samba, pagode. O carnaval de rua virou Sapucaí. O folclore brasileiro, halloween. O piano agora é teclado, também. O forró de sanfona ficou eletrônico. Fortificante não é mais Biotônico. Polícia e ladrão virou Counter Strike. Fauna e flora a desaparecer. Lobato virou Paulo Coelho. Caetano virou um pentelho. Elis ressuscitou em Maria Rita. Raul e Renato. Cássia e Cazuza. Lennon e Elvis. A AIDS virou gripe. A bala antes encontrada agora é perdida. A violência está maldita. A maconha é calmante. O professor é agora o facilitador. As lições já não importam mais. A guerra superou a paz. E a sociedade ficou incapaz. De tudo. Inclusive de notar essas diferenças."
- Luís Fernando Verissímo.
Martha Medeiros
“Dentro da igreja, ajoelhe-se. No estádio de futebol, grite pelo seu time. Numa festa, comemore. Durante um beijo, apaixone-se. De frente para o mar, dispa-se. Reencontrou um amigo, escute-o. Ou faça de outro jeito, se preferir: dentro da igreja, escute-o. Durante um beijo, dispa-se. No estádio de futebol, apaixone-se. De frente para o mar, ajoelhe-se. Numa festa, grite pelo seu time. Reencontrou um amigo, comemore. Esteja, entregue-se.”
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quarta-feira, 12 de setembro de 2012
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